História

Companhia de Fiação e Tecidos do Rio Anil

São Luís já foi um polo industrial têxtil. No final do século XIX, pelo menos dez fábricas de tecidos e fiação se instalaram na cidade, anunciando o progresso e mudança da vida social da região. A antiga Companhia de Fiação e Tecidos do Rio Anil (Rua da Companhia, 1, Anil), construída em 30 de junho de 1893, por exemplo, foi responsável por mudar o modo de vida do bairro do Anil. Pertenceu a seis empresários de São Luís: Antônio Cardoso Pereira, Francisco Xavier de Carvalho, Manuel José Francisco Jorge, José Francisco de Viveiros, Jerônimo Tavares Sobrinho e o Cônsul da Grã-Bretanha no Maranhão, o escocês Henry Airlie, idealizador da Companhia.

Ocupou uma área de 9.991m², sendo edificada em pedra, cal e alvenaria de tijolo. E como era comum acontecer nos entornos das fábricas, uma vila operária prosperou na região e com isso diversos serviços foram sendo instalados nas proximidades do pátio fabril. A vila operária foi construída pelos empresários da fábrica com intuito de assegurar a assiduidade dos empregados, que chegou a 100 em época áurea.

Dada a importância do bairro na época, a Companhia Ferro-Carril do Maranhão construiu dez quilômetros de trilhos até o Anil, por onde circulariam bondes animálicos, que mais tarde tornou-se um dos principais trechos da malha ferroviária da cidade. Isso propiciou também o deslocamento dos operários que seguiam para o trabalho logo ao soar do apito da fábrica e também o escoamento da produção fabril que teve como apogeu a década de 1930, quando atingiu o ponto mais alto da produtividade (1 milhão metros/ano).

Desenvolvimento – Entre as décadas de 1940 e 1950, o Anil desenvolveu-se grandemente, passando a ter uma boa estrutura social e de lazer, como educandários, colégios, igrejas, além de mercado público, onde funcionou mais tarde a superintendência do Anil e hoje abriga o Posto Médico, e várias lojas de tecidos. Para o lazer, dois cinemas, o Rivoli e o Anil, do campo do Botafogo, pertencente à fábrica, os banhos no Rio Anil (quando ainda era propício a tal atividade) e os famosos bailes populares.

Na fábrica, acidente tinha quase todo dia. “As linhas se soltavam e os teares voavam. Em 1959, a tubulação de uma caldeira explodiu e matou três funcionários. Outra vez, o fundo de um barril de ácido sulfúrico se rompeu, queimando os três carregadores que o transportavam. Eles foram enrolados em folhas de bananeira e levados ao hospital”, relatou João Pereira Carramilo, ex-funcionário da fábrica, à jornalista Yane Botelho.

A Companhia de Fiação era a proprietária de todas as terras ao seu redor, uma área imensa de 6.910.635,5m², que hoje é ocupada por vários bairros e não somente o anil, como podemos ver no mapa datado de 1892 depois atualizado para um mapa feito em 1964 e a imagem mais atualizada cedida pela ITERMA, que corrigiu a área por imagens de satélite e atualizou para 6.840,142,00m², uma pequena diferença de medidas para os recursos da época.

A Codernil  Companhia De Desenvolvimento Do Rio Anil, foi aberta em 11/07/1968, quando veio para assumir a responsabilidade perante as terras da Fábrica, por isso a Codernil é conhecida por muitos como Fábrica, e muitas pessoas procuram o escritório da “Fábrica” para tratar de assuntos relacionados a terras na sua área. Sua primeira sede foi na rua da Companhia no anil, bem próximo onde fica localizada a Fábrica (hoje Cintra), posteriormente o escritório se mudou para o Anil Center, ficava no sobrado acima da Loja Safira e hoje continua no mesmo local, porém numa sala na parte interna do Anil Center.

Mapa de 1892

Detalhes do Mapa de 1892

Mapa de 1964

Livro de registro de empregados nº 01